E será que haverá alguém que um dia me consiga explicar? É que na verdade eu não percebo. Não percebo como é possível alguém mudar o meu humor de um momento para o outro. Como num estalar de dedos, ou melhor, numa fracção de milésimos de segundos que é o tempo de um pestanejar de olhos. Não sei, sinceramente não sei, e gostava tanto de encontrar forma de te mudar. Mudar-te a ti ou mudar-me a mim, sim, porque no meio disto tudo eu é que sou imbecil, idiota e teimosa por ainda deixar que me afectes. As vezes apetece-me dizer-te para desapareceres e fingires que nunca me conheceste, mas por outro lado iria estar a perder o meu tempo a enganar-me. A enganar-me a mim, a ti, e aos outros, porque não era o que realmente queria, apesar de ser o mais correcto para a minha vida. Apesar de ser difícil, por vezes estou tão frágil que me torno um tanto ao quanto transparente, e é aí que todos se apercebem daquilo que realmente eu sinto. É verdade que escondo os meus problemas, é verdade que afirmo estar sempre tudo bem e que sou bastante feliz, é verdade que (…) bom, é verdade que no fundo sou uma derrotada, que sou fraca e que não tenho sorte em nada. Consigo enganar-me mas por pouco tempo, e consigo enganar também aqueles que pouco me conhecem, porque nem vale a pena falar dos que me conhecem, pois esses “topam a léguas” que há alguma coisa de errado e confrontam-me. Confrontam-me porque e para quê? bem, pode-se dizer que sou tão ignorante ao ponto de por vezes achar que o fazem só pra me chatear. Mas na verdade, foi com a ajuda de todos eles, com as conversas sérias que me “magoavam”, com os abre-olhos ao longo deste tempo, que finalmente consigo ser um pouco mais feliz. Mais feliz no sentido de tu te tornares um ser tão insignificante que eu tanto detesto. Ok, não diria insignificante de todo, porque como já referi, ainda me afectas, mas afectas-me na negativa, porque és tão estúpido que me irritas ao ponto de me tirares toda a pouca paciência que tenho. Aii, e porque é que me afectas? Afectas-me porque eu ainda me deixo levar pelo teu encanto, encanto esse que já não encanta ninguém, apenas a mim. Mas espera, não é bem esse teu encanto, porque tu já não tens o encanto que tinhas. Agora és player? Brincas com os sentimentos das outras pessoas? Achas-te um ser grande e superior a todos os outros? Pois é, é exactamente isso! Mas quando te conheci, aí sim, encantavas, hoje em dia és zero nessa matéria, uma autentica besta que consegue dar a volta ás pessoas em três tempo. Tornaste-te profissional nisso, em iludir e desiludir as pessoas que gostam de ti. Acho que nem de ti gostas.
Agora que olho pra trás apercebo-me das voltas que a minha vida já deu, mas melhor que isso, apercebo-me que grande parte dessas voltas foram provocadas (Se é que esta palavra encaixa) por ti. E não é que isso seja bom, o bom disto é eu finalmente conseguir notar em mim a capacidade de ver o mal que me fizeste, o tempo que perdi contigo, o quanto sofri. No fim, que é agora, posso olhar para a frente, é lá que vai estar a passadeira vermelha que me vai levar a ser feliz, sim, porque isto bem analisado, penso que tenho direito e que mereça passadeira vermelha. Não te desejo mal, mas também não te desejo bem, apenas que alguém te faça sentir na pele o que tu me fizeste e que um dia te arrependas, um bocado, um grande bocado! “e se um dia me vires na rua, sorri e continua”
sandra rodrigues - piri*